O segundo problema é a falta de infraestrutura. Não
temos estradas, portos, aeroportos, transporte, telefonia, energia elétrica,
fornecedores com capacidade de fornecer o básico. Não temos sequer um sistema
ferroviário decente.
Diante desses problemas o pré-sal, que muitos
alardearam como sendo a salvação da lavoura dos problemas brasileiros, poderá
emperrar e não gerar a riqueza que todos esperam. A previsão para a plena
produção do pré-sal era 2020, mas a realidade, dadas as circunstâncias atuais,
é isso ocorrer perto de 2025, 2030.
Digo isso porque já vi muito professor que soletra as palavras ao ler um texto. É raro encontrar um professor com cultura geral, que fala um outro idioma, que possui doutorado (no Brasil, somente 0,08% dos professores do ensino fundamental brasileiro possuem doutorado), que sabe ler, escrever e interpretar um texto adequadamente, muitas vezes tem conhecimento somente da sua disciplina.
Em um país onde quase um terço da população acima de
15 anos não consegue compreender o significado de um texto simples, não dá para
esperar que sejam profissionais capacitados para resolver os grandes problemas
da nação.
Outra medida que deveria ser tomadas é, desde cedo,
nas primeiras séries, separar o aluno bom do aluno ruim. Muito poderão me
criticar dizendo que isso é segregar, discriminar, privilegiar os bons. Nada
disso. O objetivo e constituir classes com alunos com a mesma capacidade
cognitiva.
Separa-los em níveis A , B e C. Sendo A excelente, B regular e C
pouco aproveitamento. Classe A com 30 alunos, B com 20 e C com 10. Dessa forma
aqueles que têm menos capacidade para apropriar os conteúdos teriam professor
auxiliar, tratamento diferenciado e individual, aulas em contra-turno (para
isso que deve ser a escola integral).
Fazendo isso, pode-se trabalhar pedagogicamente com
cada nível de diferentes formas. Não há como dar uma aula a um aluno que tem
excelente capacidade de apropriação dos conteúdos com um que não a possui.
Quando todos estão juntos, acaba-se privilegiando o mau aluno em detrimento do
bom. Num jargão educacional: acaba-se barateando o ensino. Nivelando por baixo.
Prova de tudo isso são os números da educação no
país. Hoje o Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA).
Segundo o IBOPE, o analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi
registrado em 28% no ano de 2009. Hoje, só 35% dos alunos de ensino médio são
plenamente alfabetizados. A universidade brasileira, que devia estar entre as
dez melhores do mundo - coerente com nossa posição de 6ª maior economia - não
aparece nem entre as cem.
Se não tomarmos medidas que melhorem a educação, não
sairemos de onde estamos. E não é aumentar os gastos com a educação que fará
essa mudança. Gastaremos mais, sem qualidade. É rasgar dinheiro. Jogar no lixo. Um
país cresce se houver, basicamente, produtividade – produzir mais com menos
recursos, e isso só se faz com avanço tecnológico e eficiência. Isso só se
consegue com educação de qualidade.
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