Apesar de carregar menos dinheiro, consumidor tem
pouco cuidado com senhas e expõe carteiras, mostra levantamento
Levar bolsa com zíper aberto e andar com documentos
e cartões desnecessários estão entre os maus hábitos
A popularização dos cartões fez o brasileiro andar
quase sem dinheiro. A maioria carrega só R$ 50 na bolsa ou na carteira,
diminuindo eventual prejuízo financeiro em caso de perda ou roubo.
Por outro lado, as pessoas continuaram displicentes
com a segurança ao manusear os cartões e ao cuidar dos pertences. É o que
revela levantamento da CPP Brasil, empresa de origem britânica que ajuda os
clientes que perdem bolsas e carteiras a reemitir cartões e documentos
extraviados.
Dois em cada três brasileiros têm alto risco de ter
sua carteira ou bolsa roubadas.
A pesquisa mostrou maus hábitos, como o de pessoas
que levam a bolsa com o zíper aberto, o que facilita a ação de ladrões. Isso
acontece com 52% das mulheres.
Mostrou ainda que 68% dos brasileiros deixam a
carteira sobre a mesa ou a bolsa no encosto da cadeira em lugares públicos,
hábito considerado perigoso. Isso acontece com 73% dos homens e com 64% das
mulheres.
Entre os homens, 41% levam a carteira no bolso de
trás da calça, facilitando o trabalho de batedores de carteira. O levantamento
foi feita pela Netquest no fim de agosto pela internet. Ao todo, 2.002 pessoas
responderam.
Devido à expansão dos cartões, 49% das pessoas levam
em torno de R$ 50 na bolsa ou na carteira no dia a dia.
A pesquisa revelou ainda que 65% levam na bolsa ou
na carteira mais dinheiro, cartões ou documentos pessoais do que precisam no
dia a dia.
No caso das mulheres, o percentual aumenta para 65%,
enquanto entre os homens 60% carregam mais do que normalmente utilizam.
TÍTULO
DE ELEITOR
É o caso do designer Ernando Irineu, 28, que perdeu
todos os documentos e cartões deixados na mochila quando foi assaltado há dois
anos em São Paulo.
Ele conta que perdeu até o título de eleitor e o
certificado de reservista, documentos raramente utilizados.
"Perdi contas que não tinham sido pagas. Foi a
maior dor de cabeça recuperar tudo e conseguir segunda via das contas não
pagas", disse.
No mês passado, Irineu foi novamente assaltado, mas
dessa vez os ladrões levaram apenas um celular e um iPod, que estavam na
mochila. "Consegui que os ladrões não vissem a carteira. Seria uma
tragédia porque carrego nove cartões de crédito", disse.
DOR
DE CABEÇA
Segundo Cesar Medeiros, diretor-geral da CPP Brasil,
a dor de cabeça para recuperar cartões e documentos é proporcional ao número de
pertences que a pessoa leva.
"Tem gente que leva cartões de lojas que não
frequenta. O melhor é levar só o que precisa. Quanto custa e quanto tempo se
perde para recuperar cartões e documentos roubados?"
Na hora de usar o cartão bancário, 67% não evitam
que alguém possa ver a senha em lojas ou terminais de autoatendimento.
No restaurante, 64% dizem perder de vista o cartão ao
pagar a conta -mais os homens (68%) que as mulheres (60%).
Entre os que responderam, 39% disseram que já
perderam ou tiveram os pertences roubados ao menos uma vez.
O que mais incomoda é a burocracia. Quase 40% dos
que perderam a bolsa ou a carteira disseram que ficaram mais incomodados por
ter de cancelar os cartões e renovar toda a documentação. Isso é pior para os
respondentes do que perder o dinheiro (7%).
O segundo pior temor dessas pessoas é que outros
poderão ter acesso aos dados pessoais e, assim, realizar alguma fraude -28%
demonstraram esse medo.
Fonte: Folha de São
Paulo, 05 de novembro de 2012.
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