segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Por que não à Malthus?

Lendo o artigo de Roberto Rodrigues “Tecnologia em prol da sustentabilidade”, publicado na Folha de São Paulo de 22/09/2014, onde ele diz que a agricultura vai enfrentar diversos desafios no século 21, me vem à memória a velha teoria de Thomas Malthus. Nela ele alertava que o crescimento desordenado da população acarretaria na falta de alimentos para a população gerando como isso a fome. Malthus dizia que a população crescia em progressão algébrica (exponencial), enquanto que a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (ponto).
Fazendo uma comparação com o que escreveu Malthus em 1797, ou seja, há 217 anos, em sua obra Ensaio Sobre a População, Rodrigues afirma que de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), a população mundial deve chegar a 9 bilhões de pessoas em 2050. Esse crescimento demográfico vai impor a necessidade de produzir mais alimentos e fibras sem aumentar muito as fronteiras agrícolas, preservando o meio ambiente e em um cenário de redução da força de trabalho rural.
A teoria de Malthus caiu por terra por não levar em consideração o avanço tecnológico no setor agrícola, como por exemplo: mecanização, irrigação, melhoramento genético e etc. Outro fato foi que a população do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos acelerou-se graças ao desenvolvimento tecnológico.
Seguindo essa linha de pensamento, cabe ressaltar o uso de tecnologias inovadoras na agricultura é fundamental para aumentar a produtividade e, segundo Rodrigues, a biotecnologia é uma ferramenta poderosa. Dados do mais recente relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia mostram que os transgênicos, desde sua introdução, em 1996, deram importante contribuição para alcançar essa meta, afirma o ex-ministro da Agricultura.
Mesmo com todos os avanços, entendo que a teoria do pastor anglicano Malthus não pode ser desconsiderada. É claro que não se deve olhar apenas pelo lado da produção de alimentos, mas sim comparar o crescimento populacional em relação a outros fatores que podem causar desequilíbrio. Dentre eles: erradicar o analfabetismo, reduzir a mortalidade infantil, garantir saúde de qualidade à população carente, pleno emprego, respeito ao meio ambiente, coleta de lixo, consumo de água, combate às epidemias e outras doenças, mobilidade urbana, dentre outros.
Haverá em 2050, quando a população mundial deve chegar a 9 bilhões de pessoas, remédios, casas, escolas, hospitais, transporte, estradas, emprego, renda, democracia?

Será que seremos capazes de termos fraternidade, responsabilidade, lealdade, humildade, tolerância, flexibilidade, cortesia, compaixão, solidariedade, otimismo, perseverança, integridade, ética, perseverança, bondade, caridade?

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