No Brasil parece que tudo
funciona em contrário ao senso comum. São vários os exemplos, principalmente na
área jurídica. O crescimento dos processos judiciais no Brasil tem superado o
aumento da população. Das 70 milhões de ações em tramitação no país em 2008, como
exemplo, apenas 25 milhões foram julgados. Ou seja, sobraram 45 milhões sem
julgamento. Isso são alguns exemplos de que em poucos anos haverá o colapso do
sistema. As ações aumentarão numa proporção maior que a capacidade de
julgamento.
Fiz a introdução para entrar no
mérito do questionamento que pretendo expor. A pergunta é: Qual é o senso comum
do julgamento do jogador Petrus pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça
Desportiva), que acolheu os argumentos do Corinthians e reduziu a punição ao
jogador de seis meses para três jogos?
Não dá para entender como um
tribunal aplica uma pena, que segundo muitos foi exagerada (seis meses), volta
atrás e pune com apenas 3 partidas. Não há paridade, proporcionalidade entre
uma e outra. Uma foi muito rigorosa e a outra muito branda. Nesta terça (9), os
auditores do STJD entenderam que o gancho era muito pesado e atenderam o pedido
do Corinthians de desqualificação do artigo.
Só para ilustrar, em 1978,
Serginho Chulapa, jogador do São Paulo, foi punido por 14 meses – conhecida
como uma das mais pesadas do futebol mundial. A punição o fez perder a Copa do
Mundo da Argentina. O lance que originou a punição foi por suposta agressão (um
pontapé) no bandeirinha Valdevaldo Rangel durante partida diante do Botafogo-SP.
Ou seja, 37 anos depois, onde o
futebol ainda continua com a disciplina em baixa, as punições, que deveriam ser
educativas, mais do que punitivas, parece ter perdido a noção disso.
O jogador Petrus claramente
agrediu o árbitro. E é como se não houvesse acontecido nada. Chegou-se ao
absurdo de um auditor pedir apenas uma partida.
Esse tipo de julgamento causa um
mal ainda maior. A decisão pode virar jurisprudência. Agora, as agressões aos
árbitros poderão ser interpretadas como sendo agressão ou não.
É por essas e outro que continuo
tendo a percepção de que no Brasil as coisas continuam indo na direção
contrária. Em vez de caminhamos à frente, patinamos ou retroagimos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário