Nada mais
oportuno que falar sobre determinados assuntos quando a ocasião nos dá essa
chance. Falo sobre as eleições de ontem. Não quero me referir ao resultado, que
entendo ser tema deveras comentado, mas sobre a remuneração dos vereadores.
Sempre fui contra, principalmente em municípios como o nosso, em que o vereador
não deixa suas ocupações (quase sempre remuneradas) para exercer a função de
legislador municipal.
Diante desse
assunto foi oportuno o artigo do jornalista Fernando da Fonseca Gajardoni, 37,
professor doutor de direito processual da Faculdade de Direito de Ribeirão
Preto da USP e juiz eleitoral, na Folha de São Paulo de hoje (08/10/2012). Nele
o professor fala que ser político não é profissão. É encargo. Encargo
passageiro de quem se comprometeu a servir ao próximo, a representar a vontade
popular, a colaborar com o país.
Cabe
esclarecer que os vereadores antes da Constituição de 1988 não recebiam
remuneração, baseados no art. 16, § 2º, da Constituição de 1967, que
determinava que em municípios com população inferior a 50 mil habitantes não
haveria subsídio aos vereadores.
Podem até
dizer que se eu fosse vereador não estaria escrevendo isso. Muito alegariam que
vereador em cidades pequenas gasta muito dinheiro com a população. Mas isso não
é gasto, é politicagem com dinheiro público. Diante disso, vale lembrar nomes
como Antonio Galdinno de Souza, Nelson Soares, Wilson Braga Sobrinho (Cici
Braga), José Anésio Faustino, José Candido Ribeiro (Zé Galvão), Valdevino Moura
dentre outros, que nunca receberam um centavo e mesmo assim exerciam seus
mandatos com honra e prestatividade às causas municipais.
Para alento
deste redator, existe proposta de emenda constitucional (PEC) 35/2012, de
autoria do senador Cyro Miranda (PSDB-GO), que propõe a extinção, nos
municípios com população inferior a 50 mil habitantes, dos subsídios dos
vereadores, limitando-os, ainda, nos municípios de até 100 mil, 300 mil e 500
mil habitantes.
Para que os
queridos leitores e eleitores tenham um ideia dos gastos com vereadores em São Sebastião da
Amoreira, a Despesa Total com Pessoal – DTP foi de R$ 497.151,00 no ano de 2011,
incluindo ai subsidio dos vereadores, do presidente (50% a mais), Obrigações
Patronais e outras despesas trabalhistas, segundo dados do RELATÓRIO DE GESTÃO
FISCAL, publicado no site www.contaspublicas.caixa.gov.br. Deste
valor, 80% são gastos somente com subsídio dos vereadores. Ou seja, o município
gasta em torno de R$ 400.000,00 por ano com seus edis, só em remuneração, fora
as diárias.
Essa situação
poderia ser mudada, caso os vereadores eleitos tomassem a decisão de extinguir
seus subsídios, sem a necessidade de aprovação da PEC. Para isso, é fundamental
que a comunidade amoreirense se posicione, exigindo de seus candidatos
recém-eleitos esse compromisso já no início da próxima legislatura (2013).
Tenho certeza
de que com isso conseguiremos alcançar avanço na representação política
municipal e na qualidade dos vereadores da nosso cidade.
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