terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Educação e Tecnologia

A Folha de Londrina, de 09 de dezembro de 2012, traz um entrevista com a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisadora na área  de tecnologias na educação, Glaucia da Silva Brito, onde são discutidas diferentes formas de aproveitar a tecnologia na educação.
As tecnologias tomaram conta do mundo moderno e prometem estar cada mais presentes no dia a dia de pessoas de todas as idades. Saber usá-las, portanto, esta se tornando, aos poucos, uma premissa para quem quer estar atualizado: No processo de ensino e aprendizagem, a história não é diferente e os alunos se mostram cada mais preparados para utilizar em aula os recursos que já são familiares fora do contexto escolar.

Mas qual é o papel da tecnologia para a educação? “Nenhum. É o uso que se faz da tecnologia disponível na escola que tem papel na educação”, responde a professora. Ela defende que, sozinha, a tecnologia não resolve problemas educacionais porque na sala de aula é apenas mais uma ferramenta para ser utilizada. “Uma máquina sozinha não vai resolver problema nenhum. Se ela não for bem usada, não adianta ter uma sala super high-tech, com um professor tradicional. Ao contrário, vai piorar o processo de ensino e aprendizagem.”
Conforme a especialista, também não basta apenas saber usar a tecnologia, o professor tem que ser formado para saber o que usar, quando usar e como usar para poder dinamizar a prática pedagógica. “Alguns gestores ainda acham que é só encher a sala de aula de equipamentos e o problema da educação vai estar resolvido. Isso não é verdade porque a tecnologia não resolve nada se não houver formação para professores e eles não souberem incluir isso em seus planejamentos”, afirma.
Novidades tecnológicas são só novidades, não adianta de nada. O que vale é o professor estar bem formado para utilizá-las, pois um uso inovador fará a diferença na sala de aula. Novidades tecnológicas sem formação não fazem nenhuma diferença na educação.
Veja alguns trechos da entrevista que acho apropriado informar aos meus leitores.

Os professores estão preparados para usar os recursos tecnológicos avançados? Há capacitação para isso?
Os professores não têm nas universidades e faculdades formação para o uso das tecnologias. Há uma grande necessidade de se planejar boas formações continuadas para o uso das tecnologias nas escolas. Como um profissional, o professor tem que se capacitar por conta própria. Por outro lado, se eu como gestor compro algum equipamento a ser utilizado na escola, tenho que oferecer uma formação continuada que seja aprimorada a cada ano. Não basta dar formação pontual, de uma semana apenas, ela tem que ter várias etapas durante o ano e oferecer apoio para o professor, caso precise. A secretaria estadual e algumas municipais têm núcleos de tecnologias e quando há esta estrutura, geralmente o projeto está indo com sucesso.

Os professores que não atualizam correm o risco de serem substituídos, principalmente em instituições privadas?

Quem fará a diferença é o professor que tem um compromisso com a formação do cidadão brasileiro, mediante um processo educacional dinâmico, em constante renovação e comprometimento com  a qualidade.

A sra. acredita que os educadores que não tiverem esses diferenciais podem ser excluídos do mercado com o tempo?
Eu acho que não porque o que mais falta nos países de Terceiro Mundo é professor. Mas o que acontece é que ele está fazendo uma escola que não existe, desconectada do mundo atual e esse é o grande problema. Como disse Paulo Freire, o professor tem que ser do seu tempo. Então se hoje se exige o uso das tecnologias, se os alunos usam, o professor também deve usar. Mas não adianta colocar a culpa no professor, porque na verdade tem toda a questão da não formação.

Agradeço a sugestão do professor Marcos Rogério Moreira, que juntamente comigo, pensamos igual a professora Claucia. Em muitos casos a tecnologia atrapalha. Exemplo disso foi a distribuição de laptops aos alunos da educação básica em Santa Cecília do Pavão. Cada um tinha o seu. O que se constatou foi que os alunos ficaram dispersos, não prestavam atenção à aulas, usavam os equipamentos para tudo=, menos auxilia-los. Ao final os laptops foram recolhidos.

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